5 de dezembro de 2010

3ªCAMINHADA NATURA 2000 - Cova do Vapor > Cabo Espichel

3ª Caminhada Natura 2000 - 4 a 5 de Dezembro de 2010

A caminhada começa cedo, às 08:30. Nem o frio ou a previsão de uma forte chuvada desmotivam o grupo de aventureiros. A expectativa de um fim-de-semana em grande é alta. Fazem-se as apresentações, trocam-se as primeiras impressões e é dado o toque de partida. A marcha começa a um ritmo regular. Os músculos começam a aquecer. Chega-se à praia. O dia está cinzento, o mar crispado e o vento é forte mas a vontade de dar corda ao calçado é grande. É bom começar assim o dia, a inspirar profundamente e sentir o ar fresco a descer aos pulmões. Num instante já estamos na Praia da Saúde, na Costa da Caparica. As cores garridas das casas dos pescadores contrastam com o escuro do céu. Após um pequeno corta-mato, entramos na Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica. Percorremos os terrenos cultivados onde predominam ternas couves e no alto sobrevoa uma águia. Mais à frente, a falésia e mar a perder de vista. As casas ficaram para trás. Agora, durante dois dias seremos apenas nós e árvores misteriosas a fazer lembrar sereias e corações. A paisagem faz-nos sonhar, entramos numa floresta encantada. As árvores sussurram segredos. Os pés caminham sobre uma cama fofa de trevos, habitada por pequenos cogumelos que espreitam curiosos. Estamos na Mata dos Medos. A fome instala-se e fazemos uma paragem junto ao Cabo da Malha, onde se juntam outros caminhantes. Novamente de mochila às costas, partimos com mais alento ainda rumo à Lagoa de Albufeira. O grupo está animado e cheio de força. A passada é larga e determinada. Temos um objectivo, que se avista ao longe – o Cabo Espichel, sempre presente no horizonte. Ao final do dia damos por nós já no Meco. Os músculos pedem descanso. Já instalados no parque de campismo, partilhamos emoções e salivamos só de pensar no jantar reconfortante que nos espera. A acompanhar a refeição, uma garrafa de vinho tinto. A conversa à mesa é animada. A boa disposição impera. Ninguém esmoreceu e a vontade é que o sol desponte rapidamente para continuar viagem.

Depois de uma boa noite de sono para repor energias, toma-se o pequeno-almoço, a mochila volta às costas e é tempo de retomar o caminho. O casario da Aldeia do Meco começa a ficar distante. Da direita chega-nos o som do bater das ondas e da esquerda o silêncio da paisagem, apenas intercalado pelo assobio do vento. Descemos e subimos vales e ribeiros. O percurso nem sempre é fácil, por vezes o terreno está escorregadio e adivinha-se uma escorregadela, mas todos se ajudam e partilham técnicas. Ao longe, o Cabo Espichel parece chamar os caminhantes, incentivando-os a prosseguir. Quase na recta final, uma placa indica a Pedra da Mua, onde estão gravadas as pegadas de uma manada de Saurópodes. Desse ponto é só contornar a Baía dos Lagosteiros e começar a aproximação ao Cabo Espichel. O dia está ventoso e aproxima-se uma tempestade, mas todos estão contentes, tanto que ainda restam forças para umas brincadeiras acrobáticas. Agora, é altura de comer uma bifana e um pão com chouriço caseiro delicioso numa roulotte castiça enquanto aguardamos pela boleia que nos levará de volta a casa.

A missão foi cumprida com sucesso. A sorte esteve sempre do nosso lado. Revigorados, sentimo-nos com força para mais uma semana de trabalho. Resta aguardar pela próxima caminhada. E o desejo de todos é que chegue num abrir e fechar de olhos.

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