12 de dezembro de 2009

Parque Natural da Arriba Fóssil - Rota dos Medos






«Esta Mata dos Medos que fica ali junto ao mar, entre Almada e Sesimbra, é povoada por bichos que falam, e que, como nós têm as suas vidas, as suas crenças, as suas ambições, os seus medos. Medo de que o mar ali chegue, pois isso no passado acontecera, como julga o Coelho. História em que a Toupeira, mais instruída, não acredita, pois isso não vem nos livros.
Ambição de possuir um milhar de sementes, como o Chapim, pássaro avarento, a quem faltam só 679 bagas (mas como em todos há um lado bom, este Chapim, sem o saber, sonâmbulo distribui de noite o que angariou de dia e nunca mais chega ao almejado número).

A vontade de liberdade da Lagarta, que estava farta de andar sempre em fila com as outras lagartas e se torna amiga de um Ouriço. Uma Lagarta que adora comer livros de poesia. Para o ouriço, a maior felicidade é o descanso e o seu lema, "Quando não se faz nada, nunca se deixa nada por fazer".»

Fotografias Zito Colaço

5 de dezembro de 2009

Parque Natural da Arriba Fóssil - Rota do Museu





MATA DOS MEDOS

No topo da arriba desenvolve-se outra importante unidade paisagística: o pinhal que se estende por essa plataforma costeira, atingindo os 111 metros de altitude. E aqui revela-se a Reserva Botânica da Mata Nacional dos Medos, criada em 1971, localizada na parte intermédia da Paisagem protegida. É um segmento com cerca de 300 hectares, dominado por pinhal de pinheiros-mansos(pinus pinea) assente numa série de antigas dunas, com um denso coberto arbustivo onde se destacam magníficos exemplares de Zimbros-costeiros(juniperos turbinata), que aqui assumem um porte arbóreo considerável. Consta que a mata terá sido plantada sob ordem do rei D.João V para conter o avanço das dunas(ou"medos"). Medronheiros( arbutus unedo) e Rosmaninho( lavandula stoechas) são exemplos visíveis de uma rica colecção botânica que engloba três espécies endémicas de Portugal e 15 da Península Ibérica.

Fotografias Zito Colaço.