20 de outubro de 2025

Monsaraz

Monsaraz é uma povoação portuguesa sede da Freguesia de Monsaraz do Município de Reguengos de Monsaraz, freguesia com 88,29 km² de área e 658 habitantes, tendo, por isso, uma densidade populacional de 7,5 hab./km².

Antiga sede de concelho, transferida pela primeira vez em 1838 e definitivamente em 1851 para a então vila de Reguengos de Monsaraz, hoje cidade. É importante não confundir Reguengos de Monsaraz com Monsaraz. São duas localidades distintas separadas por cerca de 15 km. 

A vila de Monsaraz foi conquistada aos mouros, em 1167, pelos homens de Geraldo Sem Pavor. 

O primeiro foral veio a ser concedido por D. Afonso III, em 15 de janeiro de 1276. 

O castelo de Monsaraz desempenhou ao longo dos séculos o papel de sentinela do Guadiana, vigiando a fronteira com Castela. A vila chegou a administrar três freguesias: a Matriz de Santa Maria da Lagoa, Santiago e São Bartolomeu.


 Foi sede do concelho até 1838, quando esta função passou para a freguesia de Reguengos.


Em 2007 Monsaraz foi uma das finalistas na escolha das 7 Maravilhas de Portugal.

Cultura

Monsaraz foi alvo de um estudo antropológico em 1965–67, na tese de doutoramento de José Cutileiro "A Portuguese Rural Society", sendo identificada pelo pseudónimo Vila Velha[5].

Em Monsaraz realiza-se um importante evento cultural, com formato bienal, denominado Monsaraz Museu Aberto, uma iniciativa que habitualmente decorre no mês de julho.

Aficionadas da festa brava levada ao extremo, as gentes de Monsaraz pretendem gozar de estatuto excepcional no que toca a touradas de morte, e, tal como acontece na vila de Barrancos desde 2002, poderem matar legalmente o touro na arena.

Quem visita esta histórica freguesia pode não só apreciar todo o património monumental e paisagístico, como também as exposições das mais variadas formas de arte que estão expostas permanentemente no ciclo de exposições da Igreja de Santiago — Galeria de Arte.

 


Fotografias Zito Colaço

8 de outubro de 2025

Era uma vez um pastor e suas ovelhas...

Era uma vez um pastor e as suas ovelhas à beira da estrada. 

Então veio passando um carro, último modelo, reluzente e um rapaz, usando terno bem cortado, sapatos caros, relógio caro, e o mesmo diz para o pastor. 

Se eu adivinhar quantas ovelhas você tem, dá-me uma? 

O pastor disse, sim! 

O rapaz abriu a porta do carro, desceu com um drone, plugou o smartphone, abriu um laptop, e começou a escanear as imagens, rodar o aplicativo com inteligência artificial, baixou uma planilha, abriu uma tela extra e disse: 

O senhor tem 1.343 ovelhas no pasto. 

O pastor respondeu, sim, o senhor acertou, pode levar a sua ovelha. 

O rapaz foi lá e pegou a ovelha. 

Então, o pastor disse, se eu acertar qual a sua profissão, você devolve-me a minha ovelha? 

O rapaz disse que sim.

E o pastor perguntou, você é consultor?

Como adivinhou? disse o rapaz.. 

Foi fácil, declarou o pastor. 

Primeiro porque o senhor veio aqui sem ser chamado, segundo porque me cobrou uma ovelha para dizer o que eu já sabia e terceiro, porque não entende nada do meu negócio, pois acabou de pegar o meu cachorro, o Peludão.

 Há uma frase atribuída a Albert Einstein que diz:

“Quanto maior o conhecimento, menor o ego. Quanto maior o ego, menor o conhecimento”.  


Observo certos consultores que andam por aí que entendem tudo de dados, mas nada de pessoas, de sentimentos, de uma simples conversa, onde muita informação importante é produzida. 


Esta história das ovelhas é muito antiga, ainda me lembro de um professor contando-a quando eu estava no liceu, isso ainda no século passado. Aqui eu só a actualizei, incluí um drone, um smartphone, um aplicativo e inteligência artificial, que na época que a ouvi, não faziam parte da nossa realidade. 

Mas a moral da história continua sendo a mesma, o avanço tecnológico a ciência de dados, pode nos dizer “o quê”. 

A ciência de dados é importante porque gera hipóteses a serem testadas que ajudam a explicar ou alterar os padrões do comportamento observado, mas é a ciência comportamental que vai dizer “o porquê” as coisas que acontecem e o que significam, descrever os padrões, os comportamentais e os seus relacionamentos, algo que nós humanos não devemos terceirizar às máquinas, mesmo que elas aprendam. 


 Obrigado Parentes.

13 de setembro de 2025

“Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho”




 “Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho”


A frase do título, do monge budista e escritor vietnamita Thich Nhat Hanh, expressa de forma genial que a vida feliz que tanto buscamos deve ser vivida por nós em todos os momentos, principalmente, nesse exacto instante. Afinal, a vida só existe agora, agora mesmo, porque o antes já passou, e o depois ainda não veio.

E o que é melhor: quanto mais felizes nós formos agora, mais estaremos garantindo a felicidade para a nossa vida adiante, quando o depois chegar e se tornar agora, pois iremos colher o que plantamos, seja o que é positivo ou negativo.

Nunca é demais lembrar que a felicidade que procuramos lá fora já está dentro de nós, agora e sempre, mas só se expressa quando permitimos que isso aconteça, praticando a paz e a alegria de viver que trazemos em nosso interior justamente para ser praticada dia a dia, o que só depende de nós, os únicos comandantes de cada um dos nossos actos e decisões sempre.

Fotografias Zito Colaço



19 de março de 2025

Santa Cruz - Almodôvar


Este território faz a transição do Algarve para o Alentejo, da serra para a planície. Desde tempos idos transeuntes trilharam antigos caminhos por vales e montes, entre montados e pousios. O convite à introspeção e contemplação da natureza seguem de braço dado. Ouvir o canto do melro, um cuco, avistar uma águia ou uma perdiz pode acontecer a qualquer momento, uma descoberta constante a acontecer na tranquilidade dos campos.

Chegados à ribeira do Vascão, junto a um moinho de água, passamos uma ponte pedonal e entramos no Alentejo. O Vascão surge-nos como um sítio com pegos aprazíveis e uma biodiversidade assinalável, que se torna convidativo a uma pausa e a retemperar forças para se tornar ao caminho.

Depois passa-se por Monte Branco na direção de um dos pontos marcantes do percurso, a Igreja Matriz de Santa Cruz. Aqui constamos a presença da Ordem de Santiago, visível nos símbolos do pórtico manuelino, nos fechos da abóbada da capela-mor e nos lavados da sacristia. A igreja fica fora da aldeia, está ladeado pela pequena capela da Senhora da Lapa, onde outrora acorriam os que padeciam de dores de cabeça. Também nas imediações deparamos com as ruinas da capela de S. Bento. Este era certamente sítio de romarias, de devoção, e de passagem de peregrinos.

Continuamos a trilhar caminhos que atestam a importância da Ordem de santiago por estas paragens, o sítio da “Dorte” (da Ordem), a sucessiva toponímica onomástica medieval, transportam-nos para o povoamento e cenários de outros tempos.

Em Almodôvar avistamos uma ponte medieval e entramos pela mítica E.N. 2 em direção ao centro. O Mercado Municipal apresenta painéis de azulejos do artista Jorge Colaço, encontramos a igreja matriz com a heráldica da Ordem de Santiago no pórtico. Por perto fica a Praça da República onde temos os antigos Paços do Concelho, agora museu dedicado à obra de Severo Portela, ilustre pintor que tem obra por todo o país. Logo ali, a igreja da misericórdia, uma janela manuelina, ao fundo o Convento de Nossa Senhora da Conceição, antiga escola teológica franciscana. A igreja ostenta um órgão de tubos com motivos orientais e altares de talha dourada, que nos impelem a passar por lá.

Um dos pontos de visita obrigatória é o Museu da Escrita do Sudoeste, dedicado à escrita mais antiga da Península Ibérica, enigmática grafia com mais de 2500 anos. Fica mesmo ao lado torre do relógio e no percurso dos Caminhos de Santiago.

Depois ruma-se a norte, passando pela antiga estrada de Ourique, em que os montados e os rebanhos de ovelhas preenchem o horizonte até à aldeia do Rosário, onde na igreja paroquial, entre as várias pinturas murais, surge a imagem de Santiago Mata-Mouros.

Um percurso recomendado, que nos transporta numa simbiose harmoniosa entre a natureza e o património, que chama por todos os que procuram desfrutar do tempo e do espaço.









 Fotografias Zito Colaço

28 de outubro de 2024

Monte da Cachamorra, Castro Verde.


Aldeia do Beringelinho, Castro Verde



Eucalipto de Cobres



Ribeira de Cobres

Campo Branco


 Castro Verde 

Fotografias Zito Colaço